Quem conhece a sua ignorância mostra que discerniu a mais alta sabedoria.
Aquele que conhece a ilusão como ilusão não é engolido pela fantasia que pensa ser realidade.
Aquele que reconhece a sua ignorância se torna sábio. Aquele que se torna sábio cresce na consciência do não-saber, e isto o guarda de toda a ilusão. Quem se deixa conduzir pela consciência límpida, esse vai perdendo a noção de direito, e, assim, em sua alma cresce a paz, e dele emana justiça e bondade.
Deus não tem preferidos entre os homens, mas não há dúvida de que no olhar dos simples se vê o Seu amor. Há algum sábio entre nós?
Se há, que o mostre mediante espírito de moderação, bondade, misericórdia, e justiça.
A sabedoria que vem do alto é pura, indulgente, misericordiosa, pacifica, tratável, amiga, justa, imparcial, e não fingida.
O verdadeiro sábio não leva amargura, inveja, e espírito de divisão em sua alma. Mas o sábio da morte chama a sua malandragem de inteligência, a sua astúcia de conhecimento, e suas maquinações de precaução.
Na casa do sábio da morte há toda sorte de divisão e de coisas ruins. E sua alma é morada da morte.
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